Florinda Meza

Florinda Meza García Gómez (Juchipila, 8 de fevereiro de 1949) é uma atriz, diretora, produtora, escritora, dançarina e cantora mexicana. Gómez é seu sobrenome de casada.

 

Biografia e carreira artística

Nascida e criada na cidade de Juchipila, no estado de Zacatecas, México, teve uma infância difícil: Com a separação de seus pais, que não puderam ficar com os filhos por serem muito pobres, teve de ser criada junto com os irmãos pelos avós, mas eles eram pouco cuidadosos e faziam ela e os irmãos sofrerem necessidades e humilhações. Isso desencadeou em Florinda uma personalidade forte e determinada a mudar sua situação de vida.[1]

Guarda uma péssima recordação de infância: Antes da separação dos seus pais, morava Florinda com os irmãos, o pai e a mãe, como toda família normal, mas sua mãe passou a apresentar um comportamento diferente e foi constatado que ela sofria de problemas mentais. Florinda contou esse triste história em um programa exibido pela rede mexicana Azteca - chamado “Historias Engarzadas”: Florinda Meza, que encarnou a personagem Dona Florinda, do humorístico Chaves, esclareceu algo que era um dilema para muitos dos seus fãs: A mudança no desenho do seu nariz. Segundo relatou, a sua mãe sofria de problemas neurológicos e, em uma crise violenta, jogou-lhe um ferro de passar, que quebrou o osso do seu nariz. Na época, ainda criança, Meza teve de ser submetida a uma cirurgia. Já adulta, a atriz teve problemas respiratórios, por sequelas daquele golpe, e passou por diversas intervenções cirúrgicas.

Na adolescência começou a perceber seu grande gosto e talento para artes cênicas. A sua vocação artística aflorou cedo e para concretizar seu sonho, foi a procura de emprego e trabalhou como modelo de comerciais para televisão por um período e depois como secretária em um escritório, para pagar os seus estudos, no caso o curso profissionalizante de artes dramáticas, na ANDA (Asociación Nacional de Actores).

Nessa época seus avós acabam por falecer e ela, sozinha e ainda jovem, passa a ter que sustentar e criar os irmãos ainda crianças. Isso a fez lutar ainda mais por melhorias em sua vida profissional, e estava empenhada, fazendo curso de teatro e trabalhando.

A sua evidente capacidade histriônica, ou seja, uma personalidade muito dramática, viva, forte e intensa, começou a ser percebida em seu curso de teatro. Além de uma capacidade incrível de decorar texto e atuar, ela passou a fazer aula de dança e canto e conseguiu com muita facilidade dançar, cantar e interpretar tudo junto, para grande admiração dos professores.

Ao perceber seu grande talento, professores passaram a mandar o nome dela para grandes empresas no ramo artístico e eis que em 1969 ela conhece o empresário e ator Roberto Gómez Bolaños, que lhe fez um inesperado convite: Integrar-se à sua esquipe de atores. Chespirito, como é conhecido, a convida para trabalhar com ele em programas humorísticos que ele estava escrevendo. Atuar na tv com atores famosos seria um grande avanço na carreira de Florinda.

A partir de então, torna-se a estrela feminina dos programas, realizando diversas caracterizações. O seu primeiro trabalho com Chespirito foi em um esquete de "Don Juan Tenorio". Depois, interpretou a imortal Dona Florinda e, mais tarde, a sua sobrinha Pópis. Nos episódios de Chapolin Colorado, quase sempre fazia o papel da mocinha.

No elenco de atores, conheceu Carlos Villagrán e em pouco tempo que entrou para a companhia, passou a namorar com ele, chegando até a noivar. Após alguns anos juntos, se separaram.

Após um tempo, em 1978, ela e Bolanõs assumiram que estavam juntos há alguns anos e que iam morar juntos. O relato foi dito numa viagem que fizeram ao Chile com o elenco de atores para participar de mais uma gravação na tv.

Dizem que graças à paixão por Florinda, Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán deixaram de se falar e não mantiveram nenhum contato por 20 anos, até se encontrarem novamente em uma homenagem feita pela emissora Televisa ao mestre Chespirito. Pode ter sido mero "ti-ti-ti", mas Bolaños e Villagrán realmente não se falaram e nem sequer se viram por duas décadas.

Interpretou, entre muitos personagens, a Dona Florinda e a Pópis da série El Chavo del Ocho (ou Chaves), porém alcançou maior popularidade artística quando no programa Chespirito, interpretou a famosa Chimoltrúfia no quadro do Chaveco.

Trabalhou em todos os cinco filmes de Chespirito, assim como a peça de teatro também escrita por ele, "Títere" (1984), onde fazia o boneco Pinóquio. Participou também do programa Chespirito a partir de 1980 com personagens nos quadros de Los Caquitos (Chômpiras) onde interpretava a Chimoltrúfia; em Los Chifladitos (Chaparron), em que fazia a Vizinha, além de "El Doctor Chapatín" (Dr. Chapatin), onde interpretava a Enfermeira. Chimoltrúfia obteve grande destaque, primeiro por ser tão diferente da Dona Florinda, segundo por revelar mais o seu talento para a comédia. Dado o enorme sucesso dessa personagem, Florinda Meza introduziu no mercado a revista semanal da Chimoltrúfia, que alcançou um grande êxito editorial.

Como produtora, Florinda Meza produziu na Televisa as novelas: "María de nadie" (1985), "Milagro y Magia" (1991, também atuou), "La Dueña" (1995) e "Alguna Vez tendremos alas"(1997). Também atuou por mais de oito anos consecutivos no sucesso teatral "11 y 12" - mais uma vez ao lado do marido. Segundo depoimento da própria Florinda Meza, Chimoltrúfia foi a personagem que ela mais gostou de fazer.

Sempre atuando ao lado do seu marido, Florinda Meza, trabalhou no Programa Chespirito, fazendo papéis de destaque como Chimoltrúfia, a vizinha do Pancada, a enfermeira do doutor Chapatin e várias "mocinhas".

Começou a estudar para ser escritora e diretora de produções artísticas e mais uma vez obteve sucesso.

Com isso, Florinda já dirigiu, produziu e atuou em telenovelas, além de nelas cantar e dançar muito bem. Algumas das novelas que Florinda Meza produziu são: 'La Dueña' (refilmada e exibida no Brasil pelo SBT com o nome de 'Amor e Ódio', em 2001), escreveu e atuou em 'Milagro y Magia' em 1991 e 'Alguna vez tendremos alas' (Alguma vez teremos asas) em 1997.

Após 26 anos morando juntos, casou-se com Bolaños em 19 de novembro de 2004.

Hoje em dia ainda é atriz, cantora, diretora e escritora, porém se dedica mais à sua vida com Bolaños, já que agora o casal por ter mais idade se tornou mais reservado.

Um fato na vida de Florinda é que seu marido não queria ter mais filhos, pois já tinha seis do seu primeiro casamento com Graciela Fernández, por isso fez uma vasectomia. Florinda, então, por amar muito seu marido e por estar ocupada demais trabalhando, abre mão da maternidade ao se casar com ele, mas por Florinda ter uma mente moderna e atualizada, ela vê que há outras prioridades, como sua carreira e a de seu marido, que sempre os ocupou muito para pensar em filhos.

Dubladora no Brasil

No Brasil, a atriz Marta Volpiani tornou-se a dona da voz nacional de Florinda Meza e a dublou em todos os trabalhos, dando conta de todas as vozes e timbres diferentes usados por Dona Florinda, Pópis e Chimoltrúfia! Foi um trabalho de dublagem muito extenso e importante. Marta foi mais uma escolha acertada de Marcelo Gastaldi, que seguiu se pelas demais dublagens para o elenco da versão Brasileira dos programas de Chespirito.

Produtora

  • Alguna vez tendremos alas (1997)
  • La dueña (1995) adaptada no Brasil como "Amor e Ódio" (SBT)
  • Milagro y magia (1991)

Outros trabalhos (telenovelas e filmes)

  • Mulheres Assassinas (2004)
  • Musica de viento (1988)
  • María de nadie (1985) TV - produziu
  • Charrito (1984) - Filha do Xerife
  • Don raton y don ratero (1983) - Atadolfa
  • El Chanfle (1979) - Tere
  • El Chanfle II (1982) - Tere
  • La Tierra (1974) TV

Representando Chimoltrúfia

Florinda Meza interpretou também a personagem Chimoltrúfia em Chômpiras, onde os personagens aparecem como ex-ladrões regenerados. Ela diz que esse foi um de seus papéis preferidos.

O nome completo da Chimoltrúfia é Maria Expropriação Petronilha Laspurian Torquemada de Botijão ou em espanhol María Expropiación Petronilla Lascurain y Torquemada de Botija. Chimoltrúfia é uma mulher de mais ou menos trinta e cinco anos, de classe social baixa, trabalhadora, sustenta a família. É muito honesta, respeitável, exigente e convicta. É sonhadora, idealista e vive feliz sem esperar nada dos outros, só espera ter saúde, um bom emprego que lhe permita viver do seu trabalho e talvez, de repente, tenha a sorte de algum dia ser contratada como cantora, porém canta muito mal e acha que canta muito bem. Ela é otimista, pura, ingênua e com uma marcante ignorância, que às vezes parece criança. Tem também um imenso sentido de justiça e sempre defende as coisas nobres e ajuda os inválidos na medida possível.

Roupas características: vestido simples; de manga curta e decote redondo, marrom de florzinhas azuis e também usa um avental amarelo.Usa meias velhas e coloridas.Os sapatos são brancos, rasteiros.

Frases características: "Por que eu vou dizer que não se é sim?"; "O que está pretendendo tratar de querer insinuar?"; "Olha, você vai me desculpar, mas você sabe que quando eu falo uma coisa, eu falo outra, assim é tudo na vida, tem coisas que eu nem sei! Eu tenho ou não tenho razão?"